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Os resultados dos painéis que levantaram os custos de produção da horticultura e fruticultura, no mês de agosto em Santa Catarina, foram recém-divulgados aos produtores do Estado. A iniciativa foi da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e do Centro de Inteligência de Mercado da Universidade Federal de Lavras (CIM/UFLA), com a parceria do Sistema FAESC/SENAR-SC e dos Sindicatos Rurais das regiões.
A proposta oportunizou calcular os custos de produção nas propriedades e disponibilizar informações sobre o mercado aos produtores. O presidente do Sistema FAESC/SENAR-SC, José Zeferino Pedrozo, destaca que os relatórios representam excelentes fontes de informações que servem como base para o planejamento de políticas adequadas para uma gestão de custos de acordo com a realidade de cada região. “Com os resultados dos painéis nas áreas de horticultura e fruticultura conseguimos avaliar o atual cenário e, com isso, pensar estratégias que possibilitem gerar renda justa aos produtores e, consequentemente, fomentar o desenvolvimento dos setores no Estado”.
CAMPO FUTURO HORTICULTURA EM ITUPORANGA
O levantamento de custos de produção da cebola na região de Ituporanga foi realizado no dia 3 de agosto. O painel de Ituporanga (SC) considerou que as propriedades típicas da região que produzem cebola, possuem 15 hectares, dos quais 6 hectares são cultivados com cebola. O sistema de cultivo é irrigado e semimecanizado, o preparo do solo é mecanizado, mas o plantio e a colheita são manuais. O plantio na região há predomínio de materiais de polinização aberta (OP), sendo 95% de materiais precoces vermelhos e 5% de roxo.
O ciclo da cebola gira em torno de seis meses, sendo que, após colhida, a produção é armazenada em galpões e comercializada de acordo com a demanda e o preço de mercado. Em razão a este processo, foi necessário considerar uma perda de 20% sob a produção, resultando na comercialização de 24 ton/ha.
Para análise econômica da cebola na região, foi definido o valor pago de acordo com a classificação da produção, tendo preço médio de R$ 1,39/kg. A produção desta propriedade foi classificada em: Caixa 2 (15%), Caixa 3 (75%) e Caixa 4 (10%).
Segundo os resultados do painel, o Custo Operacional Efetivo (COE) da produção de cebola na região é de R$ 1,07 por quilograma, ou R$ 25.675,16 por hectare cultivado. Vale destacar que o COE corresponde a todos os componentes de custos gerados pela relação entre os coeficientes técnicos ou a quantidade utilizada, e os seus preços, que remetem ao desembolso direto de recursos por parte do produtor. Também se enquadram os gastos administrativos e os custos financeiros para obtenção de capital de giro. Os componentes do COE são renovados em todo ciclo produtivo.
De acordo com o relatório, em termos de resultado e tomando como base a média dos preços pagos pelo quilograma de cebola R$ 1,39 na ocasião da realização do painel, a Margem Bruta (MB), obtida por meio da subtração entre a Receita Bruta (RB) e o COE, foi positiva em R$ 0,32 por quilograma. Já a Margem Líquida (ML), resultado da diferença entre a Receita Bruta e o Custo Operacional Total (COT), foi negativa em R$ 0,12 por quilograma. O resultado de exercício (Lucro/Prejuízo), representado pela diferença entre a Receita Bruta menos o Custo Total indica um prejuízo de R$ 0,41 por quilograma de cebola, resultando em um prejuízo de R$ 9.888,53 por hectare.
A receita do produtor foi de R$ 33.300/ha e está relacionada à produtividade e ao preço de venda do produto. Para esse modal vimos que a Receita (R$ 33.300/ha) foi superior ao COE (R$ 25.675,16/ha), porém inferior ao COT (R$ 36.081,03/ha) e ao CT (R$ 43.188,53/ha), tendo a rentabilidade “com terra” negativa (- 3,14%).
CUSTO DE PRODUÇÃO HORTICULTURA EM CURITIBANOS
No dia 2 de agosto ocorreu o levantamento de custos de produção do alho na região de Curitibanos (SC). O painel considerou que as propriedades típicas da região que produzem alho, possuem 20 hectares e, destes, 2 hectares são destinados ao cultivo de alho. O sistema de cultivo é irrigado e semimecanizado, o preparo do solo é mecanizado, mas o plantio e a colheita são manuais. As variedades mais plantadas na região são Ito, Chonam e São Valentin.
Para análise econômica do alho na região foi definido o valor pago de acordo com a classificação da produção, tendo preço médio de R$ 8,32/kg. A produção foi classificada em: alho indústria (8%), Classe 2 (2%), Classe 3 (10%), Classe 4 (20%), Classe 5 (30%), Classe 6 (25%) e Classe 7 (5%).
Conforme o relatório com os resultados do painel, o Custo Operacional Efetivo (COE) da produção de alho na região é de R$ 7,38 por quilograma de alho. Os gastos com insumos participaram em 55,93% do COE. Destes, 13,37% corresponderam aos custos com fertilizantes e 7,99% com produtos fitossanitários. Já os custos com mão de obra e mecanização para condução da lavoura foram responsáveis por aproximadamente 10,99% do COE. Foi relatado também que alguns produtores utilizam sementes próprias, provenientes da safra anterior, no entanto, para título de análise, foi considerado o custo de aquisição e vernalização das sementes, que corresponderam a 27,29% do COE.
O relatório também aponta que os custos com as atividades de colheita e pós-colheita, que representam 18,07% do COE, compreendem aos custos com mão-de-obra (9 % do COE) composta pela contratação de pessoas eventuais responsáveis pela colheita e beneficiamento (limpeza, classificação e “amarrio”) do alho em galpão. Outros custos (9,07% do COE) são da aquisição de utensílios e caixaria utilizadas no beneficiamento.
O Custo Operacional Total (COT) resulta da soma entre o COE, as depreciações e o pró-labore, e indica a possibilidade de reposição da capacidade produtiva do negócio, além da remuneração do responsável pelo gerenciamento da atividade, que pode ser o próprio produtor. O COT da propriedade modal de alho em Curitibanos é de R$ 10,46 por quilograma do produto, dos quais as depreciações de maquinários, implementos, benfeitorias e lavouras representam 17,64% e o pró-labore 11,79%.
Em termos de resultado e tomando como base a média dos preços pagos pelo quilograma de alho R$ 8,32 na ocasião do painel, a Margem Bruta (MB), obtida por meio da subtração entre a Receita Bruta (RB) e o COE, foi positiva em R$ 0,94 por quilograma. Já a Margem Líquida (ML), resultado da diferença entre a Receita Bruta e o COT, foi negativa – R$ 2,12 por quilograma. O resultado de exercício (Lucro/Prejuízo), representado pela diferença entre a Receita Bruta menos o Custo Total indica um prejuízo de R$ 3,45 por quilograma de alho, resultando em um prejuízo de R$ 34.481,28 por hectare.
A receita do produtor foi de R$ 83.200/ha e está relacionada à produtividade e ao preço de venda do produto. Para esse modal vimos que a Receita (R$ 83.200/ha) foi superior ao COE (R$ 73.811/ha), porém inferior ao COT (R$ 104.585,08/ha) e ao CT (R$ 117.681,28/ha), tendo a rentabilidade “com terra” negativa – 12,26%.
CUSTO DE PRODUÇÃO DA MAÇÃ EM SÃO JOAQUIM
Os produtores de São Joaquim (SC) participaram do levantamento de custos de produção da maçã no dia 5 de agosto. O painel de São Joaquim (SC) considerou propriedades típicas da região que produzem maçã, com sistema de cultivo não irrigado e manejo semimecanizado. As variedades mais plantadas na região são a Fuji, ocupando 60% do pomar, e a Gala, ocupando 40%.
O levantamento apontou que o modelo de financiamento adotado pelos produtores na região é dependente dos recursos de terceiros, sendo responsáveis por aproximadamente 60% dos recursos financeiros necessários para arcar com as despesas referentes ao custeio das propriedades típicas. Esses recursos são provenientes do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF).
Analisando o cenário de custo de produção, o Custo Operacional Efetivo (COE) da produção de maçã na região é de R$ 1.146,36 por tonelada. De forma pontual os gastos com insumos ocuparam 24,78% do COE, sendo que 18,15% corresponderam apenas aos custos com produtos fitossanitários e 6,63% aos fertilizantes. Já os custos com mão de obra para condução da lavoura foram responsáveis por aproximadamente 25,93% do COE.
Em termos de manejo da lavoura, a colheita é realizada manualmente. Outra informação levantada indicou que há a necessidade de contratação de “safristas” para a colheita e pós-colheita. Nesse sentido, os custos com a mão de obra para a colheita representam 9,45% do COE enquanto a atividade em si, considerando a mão de obra e outros fatores, representa aproximadamente 28,04%.
Outros itens de custos, definidos como Gastos Gerais representaram 8,86% do COE. Sendo que as operações de manutenção de máquinas, implementos e benfeitorias corresponderam a 4,11% dos custos de desembolso na atividade.
Segundo o relatório, em termos de resultado e tomando como base a média das cotações da maçã em R$ 1.525,00 por tonelada no mercado físico da região na ocasião da realização do painel, a Margem Bruta, obtida por meio da subtração entre a Receita Bruta e o COE, foi positiva em R$ 378,64/tonelada. A Margem Líquida (RB – COT) também foi positiva em R$ 93,71/tonelada. Já o resultado de exercício (Lucro/Prejuízo), representado pela diferença entre a Receita Total menos o Custo Total (CT) indica um prejuízo de R$ 127,11 por tonelada.
A receita do produtor é de R$ 68.625,00/ha e está relacionada a produtividade e ao preço de venda do produto. Para esse modal observa-se que a receita foi superior ao COE que apresentou o valor de R$ 51.586,40/ha, ao COT que foi orçado em R$ 64.408,24/ha e inferior ao CT que foi de R$ 74.344,80/ha.