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Pesquisa realizada pelo Sebrae/SC nos dias 30 e 31 de março é referente a 15 dias de isolamento social praticado no estado
O Sebrae/SC divulgou, nesta quinta-feira, dia 2, uma pesquisa em que apresenta o impacto da pandemia do Coronavírus nos empregos de Santa Catarina. De acordo com a sondagem, a qual analisou o universo dos pequenos negócios, cerca de 148 mil pessoas já perderam seus trabalhos desde o início do isolamento social no estado, no dia 18 de março. Santa Catarina tem 785.147 pequenos negócios; destes, 380.472 são micro e pequenas empresas e os demais são Microempreendedores Individuais (MEIs), os quais são responsáveis por 91% dos empreendimentos e por 57% dos empregos formais no estado.
Para o estudo, o Sebrae/SC ouviu 2.120 empresários de todas as regiões de Santa Catarina. A pesquisa apresenta um índice de confiança de 95%, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Dos entrevistados, 19,5% das micro e pequenas empresas afirmam já terem feito, em média, duas demissões nesse período.
“Os números são impactantes e, ao expor isso, o Sebrae/SC chama a atenção para as 148 mil pessoas que estão no caminho da perda de renda, hoje, em Santa Catarina. Entendemos que a luta contra a pandemia é e deve ser prioridade, mas é preciso chegar a um equilíbrio para garantir que essas pessoas possam ter seus empregos, já que essa é a única forma de manter o sustento de suas famílias. A nossa preocupação, neste momento, é com a vida humana”, comenta o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
As regiões mais impactadas, de acordo com o Sebrae/SC, são o Planalto Serrano, Sul e Foz do Itajaí, com, respectivamente, 22,83%, 22,82% e 22,81% das empresas que apontam demissões no período. Já as regiões do Vale do Itajaí, Oeste, Meio Oeste, Norte e Grande Florianópolis variam entre 19,83% e 16,27%. A região com menor impacto até o momento é o Extremo Oeste, com 15,63% dos empresários apontando demissões.
Por setor, as mais impactadas foram as micro e pequenas empresas da indústria, sendo que 25,19% precisaram demitir; seguidas pelo comércio, com 22,10%; o agronegócio, com 17,39%; e os serviços, com 16,46%.
Em relação ao faturamento, 91% dos empresários registraram uma redução de 90%, o que resulta numa perda bruta de R$ 4,4 bilhões. Todas as regiões foram fortemente impactadas. Os maiores índices foram na Foz do Itajaí, com 94.30% dos empresários apontando redução, seguida pelo Extremo Oeste, com 93,75%, e o Meio Oeste, com 93,06%. A região do Planalto Serrano foi a que registrou o menor índice, com significativos 88,04% das empresas assumindo queda de faturamento.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae/SC, Luciano Pinheiro, é importante lembrar que os pequenos negócios catarinenses são responsáveis por 57% dos empregos formais de Santa Catarina e por 37% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado.
“A representatividade das micro e pequenas empresas na nossa economia é evidente. É dever de todos olhar para os pequenos negócios e garantir a sobrevivência deles. São as pequenas empresas que irão ajudar o estado e o país a retomar o desenvolvimento econômico quando essa crise passar. Por isso, precisamos olhar por elas agora. A Medida Provisória publicada ontem pelo Governo Federal, que busca evitar demissões e permite que as pequenas empresas reduzam em até 70% a jornada de trabalho e o salário dos trabalhadores, sendo que o Governo garante ao trabalhador um valor complementar de renda, e permite o desligamento garantindo seguro desemprego aos trabalhadores, é uma prova de que essa preocupação também está em Brasília. O Sebrae/SC vai seguir fazendo esse acompanhamento para compreender os impactos dessa medida em Santa Catarina e para buscar o melhor para os empreendedores e para a população catarinense”, comenta Luciano.