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Inovação catarinense aposta na nanotecnologia para melhorar aplicação de defensivos agrícolas

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Desenvolvida em Santa Catarina, uma inovação tecnológica tem o potencial de transformar a aplicação de defensivos agrícolas em produções rurais. A Nório Nanotecnologia aposta em uma solução por meio de nanocápsulas para liberação lenta de insumos naturais. Liderada por Jean Hoepfner e Patrícia Uchôa, ambos doutores em Ciência e Engenharia de Materiais, esta proposta visa reduzir os custos e garantir uma agricultura mais sustentável.

A trajetória de Jean e Patrícia é marcada pelo apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc). Ambos receberam bolsas durante a formação acadêmica. Já na fase empreendedora, foram aprovados para fomento no edital Mulheres+Tec. Somente em 2023, o edital destinou um total de R$ 1,8 milhão para apoiar startups lideradas por mulheres. Além de Patrícia, 70% do time da Nório é feminino.

“Eu posso dizer que a Fapesc foi muito importante, tanto na minha formação acadêmica, como também no nosso projeto, que já está sendo testado em universidades e em empresas”, disse Jean.

A tecnologia que está sendo desenvolvida pela empresa de Joinville é baseada no encapsulamento e liberação otimizada de defensivos. Em resumo, o defensivo agrícola é inserido nas nanocápsulas, que mesmo diluídas em água, mantêm sua integridade. A liberação controlada permite que o defensivo seja distribuído de maneira mais eficiente e por mais tempo. Além disso, graças ao tamanho nanométrico, há uma dispersão em diversas áreas da planta.

Um ponto de destaque na proposta da Nório é o uso de matéria-prima a partir de rejeitos da indústria papeleira, uma fonte biodegradável e renovável. Isso, somado à redução da contaminação cruzada, faz da tecnologia uma solução verde para os produtores. Conforme estudos, os agricultores que adotarem a nova tecnologia poderão observar uma redução de 15% a 30% no uso de defensivos agrícolas, o que se traduz diretamente em economia e sustentabilidade.

Os empreendedores catarinenses miram em um mercado grande e em constante crescimento. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção brasileira de grãos na safra 2022/2023 deve ultrapassar a marca de 300 milhões de toneladas, um novo recorde, com destaque para soja e milho.

Após os testes laboratoriais, a Nório busca agora a validação do produto em campo e procura investidores para expandir sua produção. Nos próximos anos, a empresa espera se consolidar e ampliar a escala de produção. Além da Fapesc, a Udesc, Univille e Inovaparq são parceiros do projeto.

Conexão de ideias

O case da Nório Nanotecnologia foi apresentado durante a edição de Joinville do Aproxima+SC, iniciativa da Fapesc em parceria com a Secretaria da Ciência, Tecnologia e Inovação (SCTI), a Associação Catarinense das Fundações Educacionais (Acafe) e a Plataforma On, com apoio de diversos parceiros.

O projeto vai percorrer 14 cidades em todas as regiões de Santa Catarina para estreitar os laços entre integrantes de empresas, Instituições de Ensino Superior (IESs) e do governo estadual. Conforme o presidente da Fapesc, Fábio Wagner Pinto, o Aproxima+SC é uma oportunidade de conectar a fundação aos catarinenses, divulgando as atividades em andamento e, principalmente, captando as demandas regionais de pesquisadores e empreendedores para definir projetos futuros.

Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc)
Altair Magagnin Jr

Foto: Divulgação/Fapesc

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