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Diálogos sobre a importância da atenção primária em saúde abrem debates de Simpósio de Saúde Coletiva da Unesc

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Evento ocorrerá de maneira 100% online, até esta sexta-feira (Fotos: Reprodução)

O 1º Simpósio de Saúde Coletiva e Atenção Multiprofissional Sul Catarinense, realizado pela Unesc, iniciou nesta quarta-feira (15/9), com diálogos sobre a importância da atenção primária para a saúde da população brasileira e do cenário encontrado pelos profissionais de saúde em virtude da pandemia. O evento virtual ocorrerá até esta sexta-feira (17/9), de maneira virtual e terá transmissão ao vivo pelo canal da Unesc TV no Youtube (www.youtube.com/unesctv).

O simpósio incluirá debates sobre assuntos como o autocuidado, educação em saúde, manejo de condições crônicas, situação da saúde do município de Criciúma, impacto da pandemia de Covid-19 na saúde mental da população brasileira e pobreza e saúde mental em tempos de pandemia.

Para a coordenadora do evento, Lisiane Tuon, o simpósio une, pela primeira vez, as Residências Multiprofissionais, o Mestrado em Saúde Coletiva e as Ligas Acadêmicas do curso de Medicina, em um evento que será marcado pela multiprofissionalidade dos palestrantes e dos participantes, incluindo gestores públicos.

Os trabalhos do simpósio iniciaram com a palestra “Importância da Atenção Primária em Saúde”, com a participação dos médicos e farmacêuticos Berthier Alves e Viviane Arrais e pelo médico Lucas Thiago Borges e mediação do médico da Família e Comunidade, coordenador da Comissão de Residência Médica (Coreme) e supervisor da Residência Médica em Medicina de Família e Comunidade da Unesc, Arthur Tavares Corrêa Dias.

Segundo o mediador da palestra, ela foi pensada com o intuito de deixar claro o que é a atenção primária à saúde dentro da lógica ao Sistema Único de Saúde (SUS), fazendo um histórico da atenção primária no Brasil e o impacto e importância que ela tem para a população brasileira.

Os debates iniciaram com Alves apresentando os marcos históricos importantes, como o estabelecimento do SUS pela constituição de 1988. “A atenção primária colaborou para organizar os diferentes serviços e se tornou a porta de entrada para o SUS. Além disso, se integra com a atenção secundária e terceária”, comenta. Segundo ele, a atenção primária em saúde leva em consideração valores, como a universalidade, equidade e integralidade; princípios de participação e controle social, descentralização e regionalização e atributos características operativas para alcançar os valores e os princípios preconizados.

Em sua fala, Viviane afirmou que não há como abordar a atenção primária sem falar da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e do quanto ela auxiliou na organização da atenção básica no Brasil e a ampliar o número e a qualidade de serviços do primeiro nível do sistema de saúde. “Ampliar a resolutividade dos problemas de saúde, produz maior impacto na situação de saúde das pessoas e das coletividades”.

Borges apresentou dados que comprovam os resultados da ESF na prática. Segundo ele, um dos marcadores importantes é a taxa de mortalidade infantil. “O foco na atenção primária colaborou com a redução de 65% da mortalidade na infância, entre 1990 e 2006. Já a análise realizada entre 1990 e 2002 demonstrou que o aumento de 10% na cobertura pela Estratégia de Saúde da Família reduziu em 4,6% a mortalidade infantil. Isso significa que a cada cinco anos, cerca de 35 mil crianças deixaram de morrer em função da expansão da ESF no país”.

Pandemia

 

Os diálogos se estenderam para o trabalho da atenção primária na pandemia. Dias ressaltou que ela trouxe momentos de incertezas, inseguranças e perdas para todos. “O que percebemos foi o atendimento de muitas pessoas com quadro quase de pânico porque estavam com coriza e preocupados como seria a evolução. Neste contexto, a equipe de atenção primária é essencial para acolher estas pessoas. O acolhimento e o cuidado não podem ser apenas na parte física, mas em saúde mental também”.

Viviane salientou o trabalho dos serviços de atenção primária à saúde no direcionamento dos pacientes e Borges salientou que a palavra acolhimento é uma das que melhor define o atendimento prestado pela atenção básica.

O 1º Simpósio de Saúde Coletiva e Atenção Multiprofissional Sul Catarinense é organizado pelo Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva (PPGScol), programas de Residência Multiprofissional (Atenção Básica/Saúde da Família, Saúde Coletiva e Saúde Mental e Atenção Psicossocial), residência médica em Medicina da Família e Comunidade e das Ligas acadêmicas (Saúde Coletiva (Lamusc), Saúde Mental (Lasmap) e Liga Acadêmica de Segurança Alimentar e Nutricional (Lasan) da Unesc.

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