Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
O frio intenso que chegou com uma massa de ar polar em Santa Catarina tem preocupado os produtores rurais do estado. Em Chapecó, no Oeste, um agricultor usa uma estufa e um aquecedor para proteger uma plantação de tomate, e evitar que o fruto congele. O frio intenso deve continuar no estado nesta quinta-feira (29) e sexta (30).
Na propriedade do produtor rural Emer Daniel Meneghini, o tomate é plantado fora de época. Assim, na hora da venda, o produtor garante um preço melhor.
Mas isso é arriscado, já que a planta não se desenvolve da mesma forma. Ainda mais em dias tão frios. Quando a temperatura chega a zero, o tomate pode congelar e morrer.
Por isso, além da estufa, o Emer decidiu instalar o aquecedor. “Feito a gás. É um aquecedor antigo, daqueles que se usava em aviários. Nosso trabalho aqui é tentar manter a temperatura um pouco mais elevada para ele [tomate] não acabar morrendo”, disse Meneghini.
Em outras regiões do estado, os produtores também estão fazendo o que podem. Como o ensacamento das bananas no Vale do Itajaí. Isso evita que a geada queime os cachos que já estão formados.
Já nas plantações de aipim e batata doce, os agricultores têm colhido a rama – que é a parte superior – para replantar quando passar o frio mais intenso. A colheita até atrasa, mas pelo menos uma parte da plantação é salva.
Além das baixas temperaturas, a geada também é uma ameaça. A Defesa Civil e a Cooperativa de Agricultores de Itajaí (Cooperar) já distribuíram mais de 5 mil metros quadrados de lona para proteger algumas plantações.
Quando a geada se forma, cultivos como hortaliças e temperos verdes podem ser inteiramente perdidos.
O produtor Genomar Tomasi perdeu alguns pés de brócolis depois que as plantas ficaram branquinhas com a geada na propriedade dele.
Agora, ele está colhendo o que pode e guardando na câmara fria. “O brócolis não estava no ponto. A gente antecipou um pouco a colheita pra não ter mais perdas. O que não for vendido amanhã será nos outros dias, para não perder mais”, relatou.
Para os pés que serão colhidos na semana que vem, o engenheiro agrônomo Ivan Tormen orientou que os produtores prendam as folhas do brócolis com um elástico de forma a cobrir a cabeça do vegetal.
“Quando passar o maior frio, que está previsto pra sexta-feira (30), o produtor vem aqui no sábado (31), vai tirar a borrachinha, ver que não estragou as folhas e está com a cabeça para colher e entregar no comércio semana que vem”, disse.
Esses cuidados minimizam os prejuízos para os produtores rurais, mas também são importantes para os consumidores. Afinal de contas, com menos oferta de produtos no mercado, o preço só tende a subir.
“Nos próximos dias, é para ter falta de brócolis, falta de couve, a própria salsa. Ela não cresce por causa do frio”, afirmou Tomasi.
O presidente da Cooperar, Fábio Luiz Felicio, acredita que o frio vai trazer prejuízo para as plantações. “Toda a agricultura aqui da nossa região e do Sul do país vai acabar sendo prejudicada. E vai acarretar que vai ter que vim de fora, de São Paulo, de outros estados, vai começar a ficar caro pelo frete que vai ser pago pelo produto”, disse.
A previsão é de que o frio intenso continue nesta quinta, com amanhecer de temperaturas negativas na Serra e no Oeste. A temperatura máxima deve atingir 11°C nessas regiões e até 14°C nas demais áreas do estado.
Para sexta, a situação é a mesma, mas as máximas podem ser um pouco maiores, de 17°C no Oeste e Norte e até 15°C nas demais áreas.
Fonte: Portal G1