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A iniciativa é uma parceria entre a Fundação Cultural de Criciúma com o Museu Ferroviário de Tubarão e a Ferrovia Tereza Cristina
A Fundação Cultural de Criciúma (FCC) promoveu, em parceria com o Museu Ferroviário de Tubarão e com a Ferrovia Tereza Cristina (FTC), um passeio de trem pelos municípios vizinhos. No total, 253 pessoas participaram, sendo visitantes de mais de 12 cidades. A viagem contou com mais de cinco horas de duração, partindo de Criciúma e percorrendo os trilhos até Siderópolis, com algumas paradas especiais.
O passeio, realizado no último domingo (7), teve início no bairro Pinheirinho. Durante a estadia no trem, uma equipe de recreação interagiu com os passageiros, ofertando música, brincadeiras e jogos. “O passeio foi ótimo, pois é algo diferente e incomum que não temos sempre a oportunidade de fazer. No trem tinha pessoas de diversos lugares, inclusive de Taubaté (São Paulo) e Rio de Janeiro, que vieram de tão longe para vivenciar essa experiência aqui no Sul. Durante o passeio, eu me senti vivenciando o passado. Atualmente, estamos acostumados com a comodidade e é muito incrível ter a oportunidade de fazer esse passeio e se colocar no lugar das pessoas que vivenciaram esses momentos. Sem dúvidas foi uma experiência maravilhosa e que repetiria mais vezes”, conta Alice Tavares Costa, uma das passageiras.
Entre as cidades, foi feita uma pausa, convidando as pessoas a ingressarem em um dos seis ônibus contratados pelo município de Criciúma e região a fim de estender o passeio a um restaurante local. “Para mim é uma satisfação muito grande em poder proporcionar aos visitantes e turistas a experiência do trem. Existe todo um encanto, o apito da Maria Fumaça, o balançar suave dos vagões. Poder permitir que as pessoas tenham esse momento, essa memória, é muito gratificante”, destaca o coordenador dos passeios de trem do Museu Ferroviário de Tubarão, Jefferson Vitorino. Após o almoço, o grupo seguiu para uma visita em Nova Veneza, sendo recebidos pelos anfitriões do Carnaval de Máscaras da cidade, sendo guiados à feira de artesanato e para as apresentações musicais. Por fim, houve o retorno ao trem e a volta a Criciúma.
“Esse é um projeto que a prefeitura tem de estabelecer na cidade, o turismo ferroviário. Então, a gente vem fazendo alguns eventos para fazer uma avaliação e para entender melhor qual o tipo de programação a população aceita. Então, a gente fez dois, ano passado, e a intenção é ter mais dois até o final do ano para, assim, ano que vem, ter isso como roteiro fixo estabelecido aqui em Criciúma”, explica o diretor de Turismo da FCC, Ismail Ahmad Ismail. A intenção deste projeto, segundo o diretor de Turismo, é tornar o passeio de trem algo regular na cidade de Criciúma, acontecendo uma vez por mês. “A gente tem feito uma parceria com a estrada de ferro Dona Tereza Cristina. Eles tão operacionalizando e oferecendo esse serviço aqui na região. E a gente está fazendo essa parceria para estabelecer esse turismo ferroviário no ano que vem. Eles entraram em cooperação com o trem e o município vai entrar com a construção da estação ferroviária e mais alguma estrutura que eventualmente precise”, completa.
Ferrovia Tereza Cristina
Os trilhos de ferro da Ferrovia Tereza Cristina possuem 164 km de extensão e cortam 14 municípios. Ao total, são 17 locomotivas e 554 vagões. Em seus projetos sociais, a FTC atende mais de 15 mil famílias, gerando mais de 166 empregos diretos e indiretos. “O trem é um equipamento importante para o turismo local. Ele movimenta todo o trade de hotelaria, alimentação e transporte”, afirma Vitorino.
Museu Ferroviário de Tubarão
O Museu Ferroviário de Tubarão é uma instituição sem fins lucrativos mantida pela Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor. O museu foi criado em 1997 por um esforço em conjunto do doutor José Varmonte Teixeira, médico ferroviário do trabalho e, também, de ferroviários que entenderam que aquela época, com a extinção da Rede Ferroviária Federal, muito do acervo ferroviário de Tubarão e região iria ser perdido. O museu possui um acervo com mais de 40 mil itens subdivididos em diferentes coleções: artes visuais, coleção histórica, documental, bibliográfica, fotográfica, maquinário, memória do trabalho ferroviário, etc. A coleção mais famosa é a de material rodante, composta por 22 locomotivas a vapor, uma de zeu elétrica, 10 carros de passageiros, duas litorinas, além de outros modelos de vagões. A coleção de locomotivas a vapor é composta por diferentes modelos, períodos e nacionalidades, sendo a mais relevante do Brasil e da América Latina.
Texto: Letícia Cardoso
Foto: Divulgação/FCC