Pensar em um estilo de vida sustentável a longo prazo é um dos desafios enfrentados pela
população.
Práticas realizadas por celebridades e pessoas influentes no mundo digital acabam
fomentando o compartilhamento de planos alimentares sem acompanhamento médico e
nutricional. Para o médico endocrinologista Davi Machado, esse é um problema cada vez mais
comum nos consultórios. “As pessoas ainda custam a entender que somos seres humanos
individualizados e que aquela estratégia nutricional que funcionou para uma celebridade, com
certeza foi aplicada respeitando a sua carga de hormônios, de peso, de altura. Ou seja, nada
contra ter pessoas que te inspirem a buscar melhores hábitos, mas tudo isso deve ser feito
com uma ajuda profissional”, explica.
Dietas restritivas vêm ganhando cada vez mais espaço na mídia e nas redes sociais digitais
mas, para o médico, é preciso ter cuidados com esses temas. “Toda dieta restritiva emagrece.
Porém, algumas delas incluem hábitos que são difíceis de manter. Temos que pensar no
emagrecimento como um plano a longo prazo. Com mudança de hábitos, que possa garantir
um peso saudável e qualidade de vida para vivermos todos os nossos anos”, sugere Davi.
Para o médico, um dos principais problemas durante as consultas é a busca incessante por
atalhos para chegar ao objetivo final: emagrecer. “Existem caminhos mais rápidos, que vão
garantir resultados momentâneos e, posteriormente, problemas de saúde. Vejo cada vez mais
pessoas jovens enfrentando transtornos alimentares seriíssimos por conta de falta de
instrução”, pontua.
Entre os transtornos alimentares presentes nos consultórios, o famoso “peso na consciência”
aparece cada vez mais durante as consultas. “Vai chegar um momento que deixa de ser
preocupação com a saúde. Essa vontade de compensar o alimento que você comeu com
exercícios ou jejuns longos pode acabar se transformando em uma bulimia, ou outro
transtorno alimentar. Além disso, pode gerar náuseas, vômitos, desmaios e mal-estar”, finaliza
Davi.

Francisca D’altoé